Nesta manhã de natal, me veio
uma canção tão antiga!
Canção que embalava a minha lúdica
infância, dos idos entre os anos sessenta e setenta!
Nos alegrávamos com tão pouco
ao mesmo tempo em que nos faltava tanto!
E apesar deste tempo éramos
tão ricos, as brincadeiras à margem de um fétido rio que vinha cortando a
cidade, hoje quando passo perto dele o mal cheiro, contrasta tanto com aquele
perfume de minha infância!
Mas o tempo foi passando o meu
rio foi secando, a idade foi chegando, e com ela as decepções e frustrações,
que suprimiram os parcos momentos de felicidades tão frugais, cujo na infância
eram tão legais, às vezes a vida, é cruel demais!
Enquanto ouvia a canção que na
minha lembrança cantava, vazio por dentro eu chorava, pois eu vi quem eu mais
amava, partir em silencio partindo o meu coração, e com ela tantos outros que
fizeram parte da minha vida, mas que agora já não estão mais aqui, o que também
às vezes me impede de sorrir!
Um bom terapeuta diria para eu
esquecer do passado deixar tudo isto de lado, é por que ele não conviveu com as
pessoas que eu convivi, não às amou como eu as amei!
Sei que a vida é diferente temos
sempre que seguir em frente olhando para o futuro esquecendo o passado
alicerçando o presente, porém jamais devemos esquecermos de que nós somos gente
e como tão não somos diferentes.
Eu sei que um dia passado
serei, com todo mundo é assim, pois nós já nascemos caminho para o fim, enfim!
Não importa mais o que pensam
ou não sobre mim, afinal, é apenas mais natal, que como o passar dos anos ficou
tão frugal, trivial, tão normal!
Mas hoje eu consigo ir além do
futuro, no abstrato místico da metafisica, então contemplo a eternidade tão intrínseca
a minha identidade, eu desfruto a inalienável verdade.
Onde não há passado presente
ou futuro, já resplandece em mim a eterna luz, cada vez mais morro para o
mundo, e vejo nascer Cristo Jesus!
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