Ouço uma canção religiosa, que emana
lividamente, em fugaz incandescente manifestação, trazendo pura e tola ilusão, mas
deturpa tanto o coração!
Fluxo que inebria a alma, e o cântico faz
fechar os olhos, enquanto flutua-se em um vazio.
E o cálice cheio do cio, embebeda um ego
narcotizado, coração um tanto mutilado, tão escravo do pecado, sem sentir-se
perdoado vive preso no passado.
Muda esta vida ó doce Espírito Santo!
Faz encher este coração, vem tirá-lo desta
ilusão, preencher com algo mais que seja apenas uma canção...
Vem limpar todo pecado, da lascívia e
prostituição, idolatria e da religiosidade, tão volátil alienação.
Faz nascer um vaso novo, para de novo
então cantar, um verdadeiro cântico entoar, põe mais timbre nesta voz e mais
voz no coração, mais coração dentro da alma.
Que não se fale apenas em amar, mas que se
ame de verdade e em espírito e em verdade, somente a Deus viva a adorar!
Ouço o cântico da ironia, vejo uma imagem
em romaria, cair ao chão se espatifar, vejo a fé deste meu povo em pedaços pelo
chão e em lágrimas catam os cacos, são pedaços tão em vão, que consolidam a sua
fé, mas não edifica um cristão.
Cantai ao Senhor um novo cântico, mas um
cântico cheio de luz levantai vossas cabeças ó portas eternas, deixai entrar o
Rei da glória, quem é o Rei? Quem é o Rei da glória?!
Aleluia! Ele é para Jesus! Cântico de
sangue fala da cruz.
Crucifica-me ó Deus! Nego a mim, eu quero
esta cruz! Renuncio-me a mim mesmo para buscar somente a Jesus!
Livrai-nos desta idolatria, tão patética
romaria, que segue em torpe melancolia, derramai tua alegria, nestas vidas tão
vazias...
Vou dobrar os meus joelhos, vou olhar-me
no espelho, quero ver neste espelho, a tua imagem semelhança, os meus
olhos não são de vidro, nem tão pouco sou
de gesso, vem habitar em meu coração dá-me ó Deus o teu perdão, e ensina-me
outra canção! ...
Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios,
mas o seu coração está longe de mim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário