sexta-feira, 23 de junho de 2023

Os nossos corações de criança





Às vezes me vem uma nostalgia

ao lembrar do tempo de criança

de minha tão lúdica esperança

na simplicidade de se viver

no modo da gente conviver.

 

Pés descalços e a rua

era nossa alegria

a nossa inocência era tão nua

e os nossos corações de criança

de tão dócil e tenra infância

de quem foi criado em favela

onde a pobreza era tanta

mas a nossa alegria era santa!

 

Brincávamos de bolinha de gude

queimada ou rouba bandeira

e nós morávamos à beira

de um podre e fétido rio.

 

Vagamente lembro de minha mãezinha

que às vezes chorava sozinha

pois sabia que iria partir

partindo também meu coração

que sofreu sua primeira desilusão

matando a lúdica esperança

de um coração de criança

na dor do vazio que ficou

de alguém que tão novo chorou

aprendendo a viver sem o carinho

perdeu o afeto do ninho,

 

mas a vida seguiu em frente

e hoje com a vida a gente

silenciosamente sente

que um dia já foi criança

tão tênue fugaz lembrança.

 

A vida sempre nos cobra o futuro

oculto por traz de um invisível muro

que sabemos não existir

real mesmo e só o presente

e o produto do subconsciente

volátil utopia em nossa mente

onde ironicamente

construímos o nosso futuro

sem saber se ele vai existir!



Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, 
 para que todo aquele que nele crê não pereça, 
 mas tenha a vida eterna. 
-João, 3:16-

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