Às
vezes me vem uma nostalgia
ao lembrar
do tempo de criança
de
minha tão lúdica esperança
na
simplicidade de se viver
no
modo da gente conviver.
Pés descalços
e a rua
era nossa
alegria
a
nossa inocência era tão nua
e os
nossos corações de criança
de tão
dócil e tenra infância
de
quem foi criado em favela
onde a
pobreza era tanta
mas a
nossa alegria era santa!
Brincávamos
de bolinha de gude
queimada
ou rouba bandeira
e nós
morávamos à beira
de um
podre e fétido rio.
Vagamente
lembro de minha mãezinha
que às
vezes chorava sozinha
pois
sabia que iria partir
partindo
também meu coração
que sofreu
sua primeira desilusão
matando
a lúdica esperança
de um
coração de criança
na dor
do vazio que ficou
de
alguém que tão novo chorou
aprendendo
a viver sem o carinho
perdeu
o afeto do ninho,
mas a
vida seguiu em frente
e hoje
com a vida a gente
silenciosamente
sente
que um
dia já foi criança
tão
tênue fugaz lembrança.
A vida
sempre nos cobra o futuro
oculto
por traz de um invisível muro
que
sabemos não existir
real
mesmo e só o presente
e o
produto do subconsciente
volátil
utopia em nossa mente
onde
ironicamente
construímos
o nosso futuro
sem
saber se ele vai existir!
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