O ÉBRIO.
Pai!...
Afasta de
mim este cálice
que
lentamente destrói a minha vida
e me
encharca e me humilha
me humilha
me envergonha
expondo a
minha nudez
deixando-me
sem a moral!...
Afasta de
mim este vomito do diabo
esta
maldita essência macabra
este
liquido tão sórdido
que em
violência violenta a gente
que faz do
são um demente
e da
família!
Algo que se
humilha.
E de um
projeto
apenas
dejeto
nas vozes que ecoam
vozes que
zombam
vozes
caçoam
imprimindo
o estigma
o rótulo
...O ébrio.
*********
Depois disto eu só me lembrava de ir a
igreja quando estava bêbado, ingressei-me em Alcoólicos Anônimos ,
mas infelizmente interrompi a programação, e o meu grau de alcoolismo foi só
aumentando acabei tornando-me um alcoólatra inveterado.
...E de tão dependente consenti que
“amigos” rapassem a minha cabeça a troco de uma garrafa de cachaça, eles
fizeram a maior farra, e com isto a gilete acabou ferindo com cortes finos e
cumpridos o meu couro cabeludo, evidentemente o sangue manchou minha cabeça e
como eu acabei perdendo o sentido de tão bêbado, este sangue secou sem que
fosse limpo o local...
Eu não sei como fui para em casa, se
foi alguém que me levou a verdade e que de madrugada acordei sedento e ao
chegar ao lavatório para beber água assustei-me terrivelmente com a minha
horrível aparência.
Parecia mais aquele tio Chico da
família Adams, em volta dos olhos era roxo por causa da bebida, o rosto todo
inchado, para se ter uma ideia!
Um dos meus apelidos era fofão, um
boneco com enormes bochechas de um antigo programa infantil, a cabeça
esbranquiçada pela falta do cabelo, mas com manchas enegrecidas de sangue que
saíra das feridas causadas pela gilete...
Aquilo finalmente me deixou muito
chocado, para mim estava tudo acabado...
E não é exagero eu tinha um desejo
mórbido de exterminar com a minha vida...
Mas uma voz mansa falou comigo na
calada da noite...
__Eu te amo muito! Não beba mais!...
Houve uma paz tão grande em um coração
tão massacrado, tão humilhado, eu sabia que era Jesus eu senti aquela voz
quando fui pela primeira vez à igreja, e agora ela falava novamente de uma
forma mansa e humilde...
Não!... Não houve nada sobrenatural
transcendental! Eu não sei explicar! Parecia a minha própria voz de tão intima
que me era, porém sobressaía alheia aos meus pensamentos, e falava de dentro da
minha própria existência...
A longanimidade de Deus é
indescritível, porém ainda assim, eu não me entreguei literalmente aos cuidados
deste Deus...
Eu ia igreja esporadicamente, passei a frequentar
os Alcoólicos Anônimos na mesma proporção, vivia sendo rechaçado, a sociedade
de um modo geral não aceitava que eu consegui emergir-me de uma vida tão
abjeta, quantas não foram as vezes que me vi tentado a voltar a beber, mas a
mesma voz silenciosa falava em meu coração:
__Filho!... Não beba nunca mais!... Eu te amo muito!
Continua...
Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. -João, 3:16-
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