quarta-feira, 22 de junho de 2016

Farrapo humano, ultima parte


























Doce Deus das mãos furadas.

Vejo um poderoso ser
a caminhar por uma colina
trazendo o braço envolto em alguém
que um dia se auto rotulou...
o solitário homem da lua!...

Que perdido olhava a lua
enquanto vagava pela rua
escondendo a verdade tão nua
de ser extremamente solitário.

Ouço o cântico dos pássaros
e o vento a soprar
este homem a chorar
e chorava sem parar
não podia suportar
tanta paz tanto amor
que emanava o seu Senhor
seu amigo salvador.

Entre passos leves soltos
pensamentos absortos

...E o céu azul até demais!

O cenário de tanta paz
me fazia entender
vale a pena se viver
quando a graça de viver
é inerente ao Santo Ser.


Tudo é paz eu quero mais!
Quero agora transbordar
e aos outros encharcar
com esta paz do meu Senhor
a essência do amor
que a angustia me levou
meus pecados perdoou
e a minha vida transformou.

Deixa-me aqui quieto a chorar
estas lagrimas degustar
o momento eternizar
pela fé eu posso ver
o meu Deus meu Santo Ser
com os seu braços a me envolver
em meu verdejante caminho
retirou todo espinho
já não vivo mais sozinho.

Hoje olho para o céu
vejo a lua tão brilhante
resplendor tão radiante
e no céu bordado véu
salpicado de estrelas
e de novo num magistral
silencioso ritual
em seus riscos prateados
e meus olhos embaçados
agora eu sei tão deslumbrados
contemplam cheios de amor
meus olhos choram de tanto amor!

Canto baixinho uma canção
trago em paz o coração
esvaiu-se toda dor
foi convertida no amor
deste Deus maravilhoso!

...É todo seu o meu amor!
eu me encho deste amor
e me faço submisso
irrefutável compromisso
de fazer a tua vontade
e viver a sua verdade
somente a ti vou adorar
só seu vou louvar!...

Me mostra a tua vontade
ensina-me por favor!
me guiando em teu amor
pois o Senhor é o meu pastor
quem me viu vagar tão só
sempre digno de dó.

Quero ser pássaro livre
sempre preso por amor
oferecendo-me em amor
declarando este amor
todo dia a toda hora
até mesmo agora,
pois sei que estás aqui!

sua essência jaz em mim
inebriando a minha alma

Doce Deus das mãos furadas!...

Minha luz na caminhada.

Jesus Cristo.

É somente seu o meu coração!...


******

A voz que me viu chorando a sós dentro de um banheiro em uma angustiante madrugada, quantas vezes eu não quis exterminar com a minha vida por não suportar a execração a qual eu era imposto vivia me drogando, misturando psicotrópicos com bebida alcoólica, e depois que superei o vício fiquei traumatizado pelo meu passado...

Deus em sua infinita misericórdia permitiu que durante cinco anos esgotassem-se os meus recursos humanos para que pudesse entender a diferença entre a superação humana, e a graça imerecida que somente ele pode ofertar.

É como diz um velho filosofo da América do sul...

A superação humana não consegue superar nem as necessidades fisiológicas...

Parece ironia, mas por mais que o homem queira expandir e por mais que o consiga, é oriundo de um material perecível e frágil. E só vai até onde Deus o permite que ele vá...

Tornei-me um livre pensador, admirava a liturgia cristã evangélica muito embora não coadunasse em minhas ideias preconceituosas uma inerência com aquela filosofia onde o estilo de vida não me atraia.

Concebia Jesus Cristo como verdade, mas questionava comportamentos, o que ainda nos dias atuais o faço.

Hoje, não mais como quem julga, mas como quem orienta como também quem se busca em orientação.

O egocentrismo gritante fazia com eu buscasse a minha razão, e não a verdade constituída na doutrina cristã.

Ironicamente a minha independência de livre pensador tornava-me escravo da antropocêntrica filosofia humanista onde meu coração era avassalado amiúde pelas transgressões do passado, a inexistência do futuro, e a inconsistência do presente que na época me exauria convertendo-me em uma escoria da incompreensão.

Frequentava uma igreja em que os todos, cheios de alegria e com seus cânticos, contrastavam com a vida lúgubre que eu levava, eles estavam sempre cheios de esperança enquanto eu me via um fracasso total.

Mesmo estando abstêmio do álcool, tive muitas desilusões na vida sentimental, na vida profissional, um terrível complexo de inferioridade, mesclado com uma crônica autocomiseração.

Eu vivia chafurdado no passado e isto acabou germinando em mim um sentimento niilista, uma terrível baixa autoestima.

Tudo o que posso dizer é que nos estágios oscilantes de minha própria vida, coxeava nos meus ideais que me tornavam tão embriagado, antes e depois da época em que era um alcoólatra inveterado.

Trazia a crônica e horrível síndrome da solidão onde inicialmente com conceitos um tanto agnóstico convertia a minha alma em algo estéril enclausurado por uma maldita crise de existência e este fardo foi tornando-se tão pesado que acabei deixando me levar pelo alcoolismo crônico em plena juventude justamente onde os sonhos mais lindos se iniciam.

…E percorreram-se intermináveis e doentios anos de total vegetação e deploração humana onde a minha ânsia de reencontrar-se me induzia a voraz convulsividade alcoólica.

Dentro de mim habitava o decrépito demônio do egocentrismo e ainda que vivendo a vegetar o meu ego enclausurava-se blindado de qualquer inferência, e mesmo que as rotulações me ferissem era  egoísta demais para abrir precedentes.

Subestimava os conselhos ironizando-os, e o incrível foi que este mesmo demônio egocêntrico acabou em um efeito inusitado levando-me a uma guinada, já que depois de ver-me atolado até o pescoço e pessoas a me ridicularizarem simplesmente a minha obstinação falou mais alto e eu arvorei a bandeira da abstinência.

O que me tornou sóbrio, porém embriagado pelo meu egocentrismo que me colocava sobre uma algoz catapulta e a corda em meu pescoço sufocava-me de forma lancinante, livre pensador passei a ver em Deus um álibi que se acondicionava a minha filosofia de vida, porém este Deus era "para mim" um patético poético ser sem vida própria que tal como marionete era manipulada por minha estúpida filosofia de vida enquanto demônios manipulavam-me e em doses homeopáticas ministrava o veneno da angustia solidão e depressão...


Até que Jesus Cristo veio de encontro a mim!...




Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. -João, 3:16-

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