Do livro O Padre Galego |
O pavão desfilava todo
pomposo enquanto abria a sua cauda e mostrava a todos as sua exuberância e
egocentricamente julgava-se o mais belo entre todos.
Como o galo não possuía
uma calda tão bela como a do pavão, exibia a exuberância do seu cântico e de forma
estridente explodia como um tenor de ópera; o fazia não apenas pelas manhãs
como era costume dos galos, mas o dia todo, a toda hora.
O pato? Além de ser feio
seu cântico era horrível, mas nem por isto sentia-se menosprezado, pois ia para
o meio do lago e em mil acrobacias demonstrava o seu talento esplendoroso.
Vendo tudo isto e
sentindo inferior a galinha de angola tão pequena coitada! Adquiriu um terrível
complexo de inferioridades e dizia a todos e toda à hora.
- “To fraco, to fraco to
fraco”...
Não era muito diferente
com uma avestruz que morava naquele sitio, pois quando olhou para si e
descobriu que era um tanto sem estética desajeitada, engolindo tudo que via
pela frente. Enfiava a cabeça no chão, na eminência de qualquer perigo.
Mas havia um que não
fazia parte do convívio, porém, vez ou outra sobrevoava aquele galinheiro que
mais parecia uma disputa de vaidades.
A águia tinha um objetivo
maior e baseava seu propósito de forma consciente. À ela não importava se tinha
asas enormes e garras possantes ou se seu voou era o mais sublime, se com ele
cobria as nuvens do céu “ela não se vangloriava disto”; usava os seus talentos
com um objetivo, e quando exibia o seu vôo, onde lá do alto contemplava uma
serpente descia em certeiro vou rasante abatia sua vitima.
Quando os ventos fortes
anunciam tempestades ela não se escondia cheia de pânico, e nem sofria os
efeitos destas tempestades como os demais...
Simplesmente ela voava
acima destas mesmas tempestades.
O pavão de tanto abrir
sua cauda acabou perdendo-a, sua beleza fora arrancada para fazer plumas e
paetês. O galo de tanto incomodar com o seu cântico contumaz acabou indo para a
panela. O pato em uma de suas acrobacias acabou mergulhando dentro da garganta
de um crocodilo.
A galinha de angola
“coitada” ficou tão contaminada com a sua baixa altoestima que ainda nos dias
de hoje houve o seu cântico:
- “To fraco. To fraco, To
fraco.” O que não é muito diferente no caso do avestruz.
Continua...
Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. -João, 3:16-
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