Dá licença seu doutor!
Eu não sei falar inglês
nem tão pouco o francês,
mas entenda por favor!
Deixa-me expressar a minha
dor!
Eu não sou um marginal
nem estou aqui para lhe
roubar
eu só quero lhe falar
entre gestos me expressar!
Sei que você veio de longe
minha terra conhecer
e contemplas espantando
tudo o que estás a ver!
Acha tudo tão maravilhoso
e deslumbras com esta festa
mas depois que que fores
embora
não vai ficar nada que
presta.
Vai voltar a violência
a maldita inclemência
da miséria que assola
e não há que nos consola.
Quando a tocha for embora
vai levar com ela a luz
e a tão deslumbrante festa
vai ser como a dor da cruz
minha esperança é só Jesus
para tanta corrupção,
já não posso ver politico
sem associa-lo a um ladrão.
Vai ter nova eleição
de novo vou receber tantos
abraços
tantos Judas a beijar meu
rosto
mas eu sei que o resultado
vem recheado de desgosto.
Vais voltar para o seu país
cheio de medalhas de ouro
mas pra nossa infelicidade
já roubaram o nosso tesouro.
E com ele o nosso orgulho
de dizer que somos
brasileiros
convertemos em chacota
um deboche no estrangeiro.
Quando a festa se acabar
e as luzes se apagarem
e a nação se acordar
só migalhas nos restarem,
Vou dizer que minha terra
tem palmeiras
onde canta o sabiá
vou sentir como Gonçalves Dias
desterrado a chorar
pois as aves que gorjeavam
não estão mais a gorjear
e a terra que foi nossa
já não é mais o nosso lugar
delapidaram o que tínhamos
e estão a festejar!
Deixando nós, filhos da
terra
desterrados à vegetar
nós vivemos assim tão
tristes
mais prazer nós tínhamos lá
na terra que foi de Gonçalves Dias
onde cantava o sabiá!
Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. -João, 3:16-
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