sexta-feira, 23 de fevereiro de 2018

O rico, o bêbado, o pobre e o esnobe.






Os nobres se destacam dos pobres
e  são os pobres que engordam aos nobres,
mas  os pobres que comem tão mal!

E no feijão com arroz de cada dia
rezam amiúde a sua Ave Maria
e sem nenhuma harmonia
encenam felizes
desdentado sorriso de alegria...

E o bêbado claudicante
perambulava tão inconstante
gritava a todo instante.

Os nobres que empobrecem aos pobres!

Mas quem ouvi bêbado?
Já que bebe para esquecer
que os pobres,
remexem nos restos dos nobres
e o bêbado se assenta na esquina
ao ver um pobre esnobe
que veste os restos dos nobres,

e os nobres,

não sabem qual a diferença
que há entre o bêbado e o pobre
ainda que seja o pobre esnobe.

E o bêbado,

assentado naquela esquina
a ver o rico e o pobre
também contemplava ao esnobe
e todos,

seguem para o mesmo caminho
ricos, pobres, esnobes...

todos irão, mas sei vão sozinhos
 e eu

que vejo o rico, o bêbado, o pobre e o esnobe
contemplo o caminho ao qual seguem
e vão todos para um mesmo lugar
e assim também vou...




Quando atento para a grande futilidade que representa a efêmera existência, o dolo da consciência daquele que pensa que sabe que é muito mais do na verdade o é!


Mas que vai-se sem entender que tudo que somos, não passa de uma vontade permissiva de Deus...

Pior é para os que ignoram a sua existência, seguem voláteis itinerantes perdidos num mundo sustentado pelo vácuo do universo até que a morte o separe de sua frágil estadia... 





Quanto ao homem, os seus dias são como a erva, 
como a flor do campo assim floresce.

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