Os nobres se destacam dos pobres
e são os pobres que engordam aos nobres,
mas os pobres que comem tão mal!
E no feijão com arroz de cada dia
rezam amiúde a sua Ave Maria
e sem nenhuma harmonia
encenam felizes
desdentado sorriso de alegria...
E o bêbado claudicante
perambulava tão inconstante
gritava a todo instante.
Os nobres que empobrecem aos pobres!
Mas quem ouvi bêbado?
Já que bebe para esquecer
que os pobres,
remexem nos restos dos nobres
e o bêbado se assenta na esquina
ao ver um pobre esnobe
que veste os restos dos nobres,
e os nobres,
não sabem qual a diferença
que há entre o bêbado e o pobre
ainda que seja o pobre esnobe.
E o bêbado,
assentado naquela esquina
a ver o rico e o pobre
também contemplava ao esnobe
e todos,
seguem para o mesmo caminho
ricos, pobres, esnobes...
todos irão, mas sei vão sozinhos
e eu
que vejo o rico, o bêbado, o pobre e o esnobe
contemplo o caminho ao qual seguem
e vão todos para um mesmo lugar
e assim também vou...
Quando atento para a grande futilidade que
representa a efêmera existência, o dolo da consciência daquele que pensa que
sabe que é muito mais do na verdade o é!
Mas que vai-se sem entender que tudo que somos, não passa de uma vontade permissiva de
Deus...
Pior é para os que ignoram a sua existência, seguem voláteis itinerantes perdidos num
mundo sustentado pelo vácuo do universo até que a morte o separe de sua frágil estadia...
Quanto ao homem, os seus dias são como a erva,
como a flor do campo assim floresce.
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