quinta-feira, 3 de outubro de 2024

Moinho de vento




A vida é como as águas de um rio

que gira um velho moinho

mas que nunca saiu do lugar,

 

pois gira na roda do tempo

e o tempo parece o vento

que sopra pra longe o presente

como uma triste canção do passado.

 

No velho moinho

eu girei sozinho

deixando às águas rolar

girei e girei, mas não sai do lugar.

 

E as lágrimas me escorreram

debaixo do meu moinho de vento

enquanto lavava o meu coração

levando embora a tola ilusão.

 

Eu vi a morte ao longe

descia em silêncio a serra

então percebi que não sou eterno,

 

enfim descobri que eu posso morrer

na morte que bate na porta

na morte que sei pouco se importa

pois leva o rico também leva ao pobre

leva o simplório também leva o nobre.

 

A vida que seguiu tão indiferente

como água que sorrateiramente

escorreu entre os meus dedos

levando embora a falsa ilusão

do sonho que sonhei em vão.

 

Houve um tempo que tinha a certeza

que a vida tinha inveja da minha beleza

beleza que durou só até eu ouvir

a voz de um triste adeus.

 

Então serenamente compreendi

que eu não era tão importante

na prioridade que sempre quis ter

do valor que ninguém soube dar

da forma que eu bem gostaria.

 

Hoje,

 

trago comigo o valor abstrato

de tudo que de mim sobrou

talvez uma história a contar

uma história como outra qualquer!

 

Sou apenas um moinho

que gira e gira sozinho

enquanto a minha vida é moída

no vento do tempo do moinho! ...




Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito,
 para que todo aquele que nele crê não pereça,
 mas tenha a vida eterna. 
-João, 3:16-

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