A vida
é como as águas de um rio
que
gira um velho moinho
mas
que nunca saiu do lugar,
pois
gira na roda do tempo
e o
tempo parece o vento
que
sopra pra longe o presente
como
uma triste canção do passado.
No
velho moinho
eu
girei sozinho
deixando
às águas rolar
girei
e girei, mas não sai do lugar.
E as
lágrimas me escorreram
debaixo
do meu moinho de vento
enquanto
lavava o meu coração
levando
embora a tola ilusão.
Eu vi
a morte ao longe
descia
em silêncio a serra
então
percebi que não sou eterno,
enfim
descobri que eu posso morrer
na
morte que bate na porta
na
morte que sei pouco se importa
pois
leva o rico também leva ao pobre
leva o
simplório também leva o nobre.
A vida
que seguiu tão indiferente
como
água que sorrateiramente
escorreu
entre os meus dedos
levando
embora a falsa ilusão
do
sonho que sonhei em vão.
Houve
um tempo que tinha a certeza
que a
vida tinha inveja da minha beleza
beleza
que durou só até eu ouvir
a voz
de um triste adeus.
Então
serenamente compreendi
que eu
não era tão importante
na
prioridade que sempre quis ter
do
valor que ninguém soube dar
da
forma que eu bem gostaria.
Hoje,
trago
comigo o valor abstrato
de
tudo que de mim sobrou
talvez
uma história a contar
uma
história como outra qualquer!
Sou
apenas um moinho
que
gira e gira sozinho
enquanto
a minha vida é moída
no
vento do tempo do moinho! ...
Nenhum comentário:
Postar um comentário