terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Celebres pensadores.

Certo homem estava assentado com a mão em seu punho sustentando o seu queixo profundamente compenetrado a pensar...

E de tanto refletir acabou esculpindo a estatua de um homem assentado na mesma posição que ele se encontrava, e esta estatua esculpida estava com a mão em punho sustentando o seu queixo a pensar!...

E aquele que a esculpiu voltou-se a mesma posição e com a mão sob o seu próprio queixo ficou a pensar, e de tanto pensar acabou rotulando a estatua esculpida de o pensador.

E eu estou pensando!...

Com a minha mão sob meu queixo um tanto abstraído!...
Profundamente compenetrado a pensar!...

E de tanto pensar eu já nem sei se a estatua criou o pensador, ou o pensador criou a estatua!
Se foi ele quem a rotulou!
Ou se foi por ela ele rotulado, ou se ambos foram juntamente rotulados, ou se eu estou rotulando esta historia.

Mas pense bem!

Torna-se tudo tão sem sentido se o sentido de nossas vidas for apenas os nossos sentimentos.
Se tudo que sentimos é efêmero e inconstante, e os nossos ideais avassalam o momento.

Mas em outro momento somos apenas pretéritos nostálgicos rompantes da memória.

Ironicamente somos o passado do amanhã, e seremos o futuro que tão sem lógica menosprezara a tudo que hoje valorizamos por demais e damos a vida por resgate de nossos valores.

Dimensionamos a nossa epopeia para que no amanhã o futuro se refira a nós como pretéritos personagens arquivados na memória.

...E no memorial constituído seremos insubstituíveis antológicas personalidades que marcaram épocas.

Em nossos feitos grandiosos enaltecemos a lembrança, que pouco significa na esperança para quem seguir em frente em busca de novos ideais.

Somos importantes é verdade!

Mas que valor tem aqueles que há séculos passados rogavam para si prerrogativas que hoje achamos que nos pertence?

Estarias tu a lembrar-se neste momento:

De um mito do passado?

Somos eternamente gratos a eles pelo que fizeram, mas são personagens obsoletos com ideais rústicos ideologias ignoradas, e ainda que muitos foram a causa maior de hoje sermos o que somos, sermos como somos.

O ápice que eles promulgavam é apenas uma historia a se contar e por mais concreta que seja!

Converteu-se em teoria abstrata e obsoleta mesmo que ainda nos dias de hoje nos seja tão profícuos, absorvemos seus nutrientes, subjugamos seus protagonizadores, valorizamos a essência, menosprezamos seus emanadores.

Existe um vácuo entre o presente e o passado,
outro vácuo entre o presente e o futuro,
não sabemos de onde viemos, ou para onde iremos...

E por mais que a ciência se esmere para propiciar-nos uma consciência solida.
Torna-se insólita em suas hipotéticas teorias que não consolida a hegemonia momentânea que nos constituímos.

Há um paradoxo entre o homem e sua prole simbiótica no ventre e outro paradoxo entre o homem e os restos mortais de seus progenitores no sepulcro.

Embrionários, somos tão frágeis, no sepulcro somos tão decadentes, mas no pequeno espaço de vida somos tão imperativos!

Nossa raça criou filósofos, cientistas ideólogos, religiosos, “celebres pensadores”.
Mas também criou déspotas, tiranos, bárbaros e hediondos sanguinários...

Todos!
Foram pequenos embriões, vulneráveis anônimas perspectivas, mas consolidaram momentaneamente os seus ideais, avassalaram com os seus conceitos, e depois desceram a sepultura, para se converterem em escorias do que foi a sua momentânea vitalidade.

E quantos hoje são venerados nos seus túmulos onde subservientes incautos beijam o pó da terra que consumiu a carne putrefata destes ossos que jazem no sepulcro?!

Ser ou não ser? Eis a questão...
Dizia outro celebre pensador.

A estatua ficou no mesmo lugar estagnada com a mão sob o seu queixo sem vida, o homem que a construiu levantou-se e criou novas estatuas, seus contempladores criaram novos ideais avassalaram com novas ideias.
 ...E homens viraram estatuas, estatuas viraram santos e vivem venerados, idolatrados, porém todas estas estatuas amiúde precisam ser muito bem cuidadas para que não se deteriore com a ação do tempo.

TEMPO.

O tempo não criou novas estatuas com a mão sob o queixo a pensar!

Mas criou novos hábitos, preteriu os velhos, e de tempo em tempo, em cada tempo, homens foram nascendo, homens foram morrendo.

... E de tempo em tempo a historia foi se contando, a história foi se esquecendo...

A vida por si mesma é tão sem nexo, tão efêmera, tão incógnita...

É necessário algo mais do que a tão fútil vida para que ela deixe de ser tão fútil por si mesma.

Ser ou não ser! Eis a questão.




Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. -João, 3:16-

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