Bem no centro do enorme e luxuoso salão
o
mais chiquérrimo caixão
todo feito de marfim
ornamentado em prata e ouro
o mais belo tesouro.
Por dentro,
todo acolchoado em veludo
véu de renda de sobre tudo
parece adornado com as mãos
a mais sublime ornamentação.
As mais exuberantes coroas de flores
tudo era muito sofisticado
cujo chão revestido em mármore Carrara
caríssimo artigo importado.
Ilustres pessoas
da mais alta estirpe
importantes celebridades
e no glamour do salão
toda pompa e variedades.
Um esplendoroso coral
com as mais lindas mulheres
e homens elegantes se enfileiravam,
e cantavam e cantavam e cantavam!...
As mais eruditas canções
e depois das canções
disputavam para fazer preleções
cheias de glória e exaltações
homenageando ao ilustre cidadão
que inerte dentro do caixão
pálido sem nenhuma emoção.
e de dentro do esquife
jazia figura central
entre todos a principal
o sujeito para qual
preparou-se a recepção.
Trazia um semblante sem cor
de um rosto sem dor
nele não havia mais vida
nem tão pouco ódio ou amor.
Não havia tristeza
nem tão pouco alegria
era apenas um corpo
estrutura tão fria.
E já não mais importava
se foi rico ou se foi pobre
se foi um plebeu
ou se foi um nobre.
Pois era apenas um corpo
que por um tempo viveu
que cantou sorriu chorou
que acertou também errou
foi apenas um alguém
que nasceu viveu morreu
mas alguém que se esqueceu
infelizmente não percebeu.
Que somos apenas passageiros
peregrinos forasteiros
pela manhã sei nós nascemos
durante o dia florescemos
mas a tarde nós murchamos
e a noite nós morremos.
E no breve tempo de vida
eternamente nós vivemos
mas quantas vezes não percebemos
que a vida pode ser muito mais
do que o breve tempo em que vivemos.
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