quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Spartacus.



 Eu vi uma alma livre
ainda que entre as correntes
que prendiam o seu corpo
que não calou a sua voz
e nem matou o seu sonho.

...E no sonho de Spartacus
vi um povo reunido
escravos estes, homens rudes,
atrelados com as correntes
de um império eminente
cuja cúpula era doente
vi nascer um ideal
quando sei que o ideal
era morrer com o ideal
pois foi feito o ideal
ao matar um visionário...

Mas um sonho somente se acaba
quando deixa de ser uma realidade
dentro de nós
e ainda que ele seja embargado
viverá em nossos corações
alimentando a nossa esperança...

Sei que os bravos são traídos
sei que eles são vendidos
pelo preço que comprados.

Quem o trai sei não tem alma
quem foi traído se enobrece,
mas quem se vende nada vale
e quem o compra nada tem
tem apenas o valor
de um esdrúxulo penhor
a miséria de viver
como alguém que se vendeu
ao vender sei que traiu
ao trair sei que se viu
sua honra chafurdada
no poço de sua mediocridade.

Todo homem tem o seu preço
vale o nosso ideal
se vendemos nossos sonhos
nós perdemos a luz d’alma.

Quanto vale o meu sonho?
vale muito eu suponho
vale a chance de vencer
nesta selva sobreviver
mas não vale a minha honra
sou um eterno visionário!...

Prefiro ser acorrentado
tenho preço que foi pago
este preço sei trago
como estigma em minha vida

pois prefiro ser Spartacus
aprisionado o meu corpo
para depois ser eu um morto
do que vender meu ideal
por um preço miserável
que escraviza a minha alma

O meu preço é abstrato
válido apenas pela fé
de um sonho absoluto
cujo torno-me escravo
sou escravo por amor
ser escravo é meu valor,

vale a dignidade
da essência da minha alma
que sem pompas vai tão calma
pelo preço que foi paga.

Eu prefiro ver a morte
a me ver sei tão frustrado
o meu pacto violado
o meu sonho abandonado
pois não sei do amanhã
sei que ontem houve tantos
que hoje vivem do passado
quando tinham um ideal
mas venderam sua esperança
pela ânsia de poder
de poder enriquecer
ou se auto promover.

vi um homem tão simplório
vocabulário irrisório
mas falava com amor
tinha luz no seu calor
e a sua verbalização
era uma péssima oração,

Mas trazia o brilho no olhar
mesmo sem saber pronunciar

vi antágono deste homem
um sujeito elegante
a si mesmo importante
tão ardil tão inconstante
obcecado por poder
era escravo de si mesmo,

e fez de Deus a sua alavanca
um tão sórdido instrumento
para seu enriquecimento.


Lamento.



Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. -João, 3:16-

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