Já não se
fala em arrependimento
que seja resipisente
e sincero
onde
corações quebrantados
e olhos
marejados
como se dor
de um parto abortado
de
reconhecer que se é um condenado
vencido
pelo próprio pecado.
Fala-se
tanto na teologia da prosperidade
desviaram
os ouvidos da verdade
pela a
ambição do dinheiro
o ópio do
poder
nas
pregações que pedem milhões
há milhões
de almas perdidas
havidas em
ouvir fábulas.
Trazendo no
ouvido a comichão
que pretere
a sã doutrina
sublevando
a satisfação
que
alimenta tão vil concupiscência.
... Mas os
bêbados!
Sim os
bêbados! ...
Continuam
caídos de bêbados!
As prostitutas
tão nuas na rua,
os drogados
que vivem despojados
nos fétidos
porões de cadeias
na cadeia
abstrata da alma
de almas
que sedentas por Deus
caminham
amiúde para o inferno
enquanto
congelam no inverno
de uma
teologia que tão torpe vicia
com tola
falsa e efémera alegria.
... Eu vi
um velho de cabeça branca
a falar e
falar e falava sozinho
como quem
prega no deserto
não mais suportando começou a chorar
não mais suportando começou a chorar
ferindo o
meu peito em sua dor
a dor de
quem sei tem amor
amor pelas
almas que vão
que morrem
aos poucos em vão.
Não foi
isto que Paulo escreveu
nem para
isto sua vida ele deu
não é disto
que falam suas cartas
não foi
este o seu testemunho.
Sei que
isto não uma linda mensagem
a mais
sublime das minhas poesias
tão cheia
de encanto e magia,
é apenas de
um desabafo
de alguém
que teme ficar velho,
de alguém
que teme ficar como o velho
mas por
Deus prefiro chorar como aquele velho
e que
leve-me a morte
prefiro
esta sorte
do que me
esquecer
que almas
penadas vagam
vivas
dentro de corpos mortos
ou mortos
dentro de corpos vivos
enquanto
vão mortos profetas
falando de
paz amor e dinheiro
vilipendiando
o evangelho de Cristo
evangelho
sem luz
sem Cristo
Jesus.
Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas,
mas, interiormente, são lobos devoradores.
Mateus, 7: 15
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