Eu
vi uma alma livre
ainda que entre as correntes
que
prendiam o seu corpo
que
não calou a sua voz
e
nem matou o seu sonho.
...E
no sonho de Spartacus
vi
um povo reunido
escravos
estes, homens rudes,
atrelados
com as correntes
de
um império eminente
cuja
cúpula era doente
vi
nascer um ideal
quando
sei que o ideal
era
morrer com o ideal
pois
foi feito o ideal
ao
matar um visionário...
Mas
um sonho somente se acaba
quando
deixa de ser uma realidade
dentro
de nós
e
ainda que ele seja embargado
viverá
em nossos corações
alimentando
a nossa esperança...
Sei
que os bravos são traídos
sei
que eles são vendidos
pelo
preço que comprados.
Quem
o trai sei não tem alma
quem
foi traído se enobrece,
mas
quem se vende nada vale
e
quem o compra nada tem
tem
apenas o valor
de
um esdrúxulo penhor
a
miséria de viver
como
alguém que se vendeu
ao
vender sei que traiu
ao
trair sei que se viu
sua
honra chafurdada
no
poço de sua mediocridade.
Todo
homem tem o seu preço
vale
o nosso ideal
se
vendemos nossos sonhos
nós
perdemos a luz d’alma.
Quanto
vale o meu sonho?
vale
muito eu suponho
vale
a chance de vencer
nesta
selva sobreviver
mas
não vale a minha honra
sou
um eterno visionário!...
Prefiro
ser acorrentado
tenho
preço que foi pago
este
preço sei trago
como
estigma em minha vida
pois
prefiro ser Spartacus
aprisionado
o meu corpo
para
depois ser eu um morto
do
que vender meu ideal
por
um preço miserável
que
escraviza a minha alma
O
meu preço é abstrato
válido
apenas pela fé
de
um sonho absoluto
cujo
torno-me escravo
sou
escravo por amor
ser
escravo é meu valor,
vale
a dignidade
da
essência da minha alma
que
sem pompas vai tão calma
pelo
preço que foi paga.
Eu
prefiro ver a morte
a
me ver sei tão frustrado
o
meu pacto violado
o
meu sonho abandonado
pois
não sei do amanhã
sei
que ontem houve tantos
que
hoje vivem do passado
quando
tinham um ideal
mas
venderam sua esperança
pela
ânsia de poder
de
poder enriquecer
ou
se auto promover.
vi
um homem tão simplório
vocabulário
irrisório
mas
falava com amor
tinha
luz no seu calor
e
a sua verbalização
era
uma péssima oração,
Mas
trazia o brilho no olhar
mesmo
sem saber pronunciar
vi
antágono deste homem
um
sujeito elegante
a
si mesmo importante
tão
ardil tão inconstante
obcecado
por poder
era
escravo de si mesmo,
e
fez de Deus a sua alavanca
um
tão sórdido instrumento
para
seu enriquecimento.
Lamento.
Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu seu filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. -João, 3:16-